sexta-feira, 31 de julho de 2009

Pierre Verger

Pierre Verger 04.11.1902 - 02.1996.

Desfrutando de boa situação financeira, ele levou uma vida convencional para as pessoas de sua classe social até a idade de 30 anos, ainda que discordasse dos valores que vigoravam nesse ambiente. O ano de 1932 foi decisivo em sua vida: aprendeu um ofício - a fotografia - e descobriu uma paixão - as viagens. Após aprender as técnicas básicas com o amigo Pierre Boucher, conseguiu a sua primeira Rolleiflex e, com o falecimento de sua mãe, veio a coragem para se tornar um viajante solitário. Ela era seu último parente vivo, a quem não queria magoar com a opção por uma vida errante e não-conformista.
De dezembro de 1932 até agosto de 1946, foram quase 14 anos consecutivos de viagens ao redor do mundo, sobrevivendo exclusivamente da fotografia. Verger negociava suas fotos com jornais, agências e centros de pesquisa. Fotografou para empresas e até trocou seus serviços por transporte. Paris onde nasceu, tornou-se uma base, um lugar onde revia amigos - os surrealistas ligados a Prévert e os antropólogos do Museu do Trocadero - e fazia contatos para novas viagens. Trabalhou para as melhores publicações da época, mas como nunca almejou a fama, estava sempre de partida: "A sensação de que existia um vasto mundo não me saía da cabeça e o desejo de ir vê-lo me levava em direção a outros horizontes".
As coisas começaram a mudar no dia em que Verger desembarcou na Bahia. Em 1946, enquanto a Europa vivia o pós-guerra, em Salvador, tudo era tranqüilidade. Foi logo seduzido pela hospitalidade e riqueza cultural que encontrou na cidade e acabou ficando. Como fazia em todos os lugares onde esteve, preferia a companhia do povo, os lugares mais simples. Os negros monopolizavam a cidade e também a sua atenção. Além de personagens das suas fotos, tornaram-se seus amigos, cujas vidas Verger foi buscando conhecer com detalhe. Quando descobriu o candomblé, acreditou ter encontrado a fonte da vitalidade do povo baiano e se tornou um estudioso do culto aos orixás. Esse interesse pela religiosidade de origem africana lhe rendeu uma bolsa para estudar rituais na África, para onde partiu em 1948.
Foi na África que Verger viveu o seu renascimento, recebendo o nome de Fatumbi, "nascido de novo graças ao Ifá", em 1953. A intimidade com a religião, que tinha começado na Bahia, facilitou o seu contato com sacerdotes, autoridades e acabou sendo iniciado como babalaô - um adivinho através do jogo do Ifá, com acesso às tradições orais dos iorubás. Além da iniciação religiosa, Verger começou nessa mesma época um novo ofício, o de pesquisador. O Instituto Francês da África Negra (IFAN) não se contentou com os dois mil negativos apresentados como resultado da sua pesquisa fotográfica e solicitou que ele escrevesse sobre o que tinha visto. A contragosto, Verger obedeceu. Depois, acabou encantando-se com o universo da pesquisa e não parou nunca mais.
Nômade, Verger nunca deixou de ser, mesmo tendo encontrado um rumo. A história, costumes e, principalmente, a religião praticada pelos povos iorubás e seus descendentes, na África Ocidental e na Bahia, passaram a ser os temas centrais de suas pesquisas e sua obra. Ele passou a viver como um mensageiro entre esses dois lugares: transportando informações, mensagens, objetos e presentes. Como colaborador e pesquisador visitante de várias universidades, conseguiu ir transformando suas pesquisas em artigos, comunicações, livros. Em 1960, comprou a casa da Vila América. No final dos anos 70, ele parou de fotografar e fez suas últimas viagens de pesquisa à África.
Em seus últimos anos de vida, a grande preocupação de Verger passou a ser disponibilizar as suas pesquisas a um número maior de pessoas e garantir a sobrevivência do seu acervo. Na década de 80, a Editora Corrupio cuidou das primeiras publicações no Brasil. Em 1988, Verger criou a Fundação Pierre Verger, da qual era doador, mantenedor e presidente, assumindo assim a transformação da sua própria casa num centro de pesquisa.
Fonte: FPV












quarta-feira, 29 de julho de 2009

Estrela - Vladimir Maiakóvski


Jackson Pollock

Escutai! Se as estrelas se acendem
será por que alguém precisa delas?
Por que alguém as quer lá em cima?
Será que alguém por elas clama,
por essas cuspidelas de pérolas?
Ei-lo aqui, pois, sufocado, ao meio-dia,
no coração dos turbilhões de poeira;
ei-lo, pois, que corre para o bom Deus,
temendo chegar atrasado,
e que lhe beija chorando
a mão fibrosa.
Implora! Precisa absolutamente
duma estrela lá no alto!
Jura! Que não poderia mais suportar
essa tortura de um céu sem estrelas!
Depois vai-se embora,
atormentado, mas bancando o gaiato
e diz a alguém que passa:
"Muito bem! Assim está melhor agora, não é?
Não tens mais medo, hein?"
Escutai, pois! Se as estrelas se acendem
é porque alguém precisa delas.
É porque, em verdade, é indispensável
que sobre todos os tetos, cada noite,
uma única estrela, pelo menos, se alumie.

Dagoberto -


Conhecia um pouquinho de Dagoberto quando via na pagina de amigos suas mensagens. Ficava encantada pela beleza das citações ou poesias que ele postava. Sucessiva sensibilidade nas escolhas, significando à mim, que Dagoberto é um ser de grandeza. Mesmo sem conhecê-lo pessoalmente, por msn e tal, tenho com meus botões que ele é uma pessoa especial, pois com os escritos, traz a impressão de que a energia que brota e emana de dentro dele o torna um enviado do universo estelar.
Privilegiadamente hoje recebo as poesias, e pedi a ele se poderia abrir um marcador usando seu nome... Eis que surge aqui, “luzes de Dagoberto”. Tem esse nome porque cada vez que recebo e leio as mensagens, meu espírito ilumina.
Há um tempinho não recebo, acho que ele desistiu de enviar a quem nunca responde.(períodos de karin rsrs)
Numa das ultimas que recebi e li, fechei os olhos e rapidamente surgiram imagens e movimentos. Eram tons de visão noturna... Lua cheia, daquela que quando nasce reflete dourada... Um lago grande e da escuridão surgiu uma mão deixando cair farelos como ração para peixes, tão logo foram tocando a água alguns peixes mansamente emergiam abrindo a boquinha para se alimentar... Senti-me um dos peixinhos sendo alimentada pela mão de Dagoberto... E assim fico feliz em compartilhar desse alimento, com quem passeia por aqui:


Luar

De brejo em brejo,
os sapos avisam:
--A lua surgiu!...

No alto da noite as estrelinhas piscam,
puxando fios,
e dançam nos fios
cachos de poetas.

A lua madura
Rola,desprendida,
por entre os musgos
das nuvens brancas...
Quem a colheu,
quem a arrancou
do caule longo
da via-láctea?...

Desliza solta...

Se lhe estenderes
tuas mãos brancas,
ela cairá...
(João Guimarães Rosa)


Alfabeto

É muito útil estudar
o alfabeto das flores miúdas
esquecidas na beira dos caminhos.
Pequenas florezinhas amarelas
como mensagens perdidas.
Elas dizem sim à vida, ao Sol,
à chuva, sim ao amor que nasce
todos os dias, invisível,
e com sua luz ilumina a Terra.
(Roseana Murray)


Enfeite-se com margaridas e ternuras
E escove a alma com flores
Com leves fricções de esperança
De alma escovada e coração acelerado
Saia do quintal de si mesmo
E descubra o próprio jardim...
(Carlos Drummond de Andrade)

terça-feira, 28 de julho de 2009

Matemática,

Cálculo feito por um estagiário, estudante de Matemática.

Um sinal de trânsito muda de estado em média a cada 30 segundos (trinta segundos no vermelho e trinta no verde). Então, a cada minuto um mendigo tem 30 segundos para faturar pelo menos R$ 0,10, o que numa hora dará: 60 x 0,10 = R$6,00.


Se ele trabalhar 8 horas por dia, 25 dias por mês, num mês terá faturado: 25 x 8 x 6 = R$ 1.200,00.

Será que isso é uma conta maluca?

Bom, 6 reais por hora é uma conta bastante razoável para quem está no sinal, uma vez que, quem doa nunca dá somente 10 centavos e sim 20, 50 e às vezes até 1,00.

Mas, tudo bem, se ele faturar a metade: R$ 3,00 por hora terá R$600,00 no final do mês, que é o salário de um estagiário com carga de 35 horas semanais ou 7 horas por dia.

Ainda assim, quando ele consegue uma moeda de R$1,00 (o que não é raro), ele pode descansar tranqüilo debaixo de uma árvore por mais 9 viradas do sinal de trânsito, sem nenhum chefe pra 'encher o saco' por causa disto.

Mas considerando que é apenas teoria, vamos ao mundo real.

De posse destes dados fui entrevistar uma mulher que pede esmolas, e que sempre vejo trocar seus rendimentos na Panetiere (padaria em frente ao CEFET ). Então lhe perguntei quanto ela faturava por dia. Imagine o que ela respondeu?

É isso mesmo, de 35 a 40 reais em média o que dá (25 dias por mês) x 35 = 875 ou 25 x 40 = 1000, então na média R$ 937,50 e ela disse que não mendiga 8 horas por dia.

Moral da História :

É mais rentável ser pedinte do que estagiário ou professor.

Obs: Mendigo não paga 1/3 do que ganha pra sustentar o planalto.

Viva a Matemática.

terça-feira, 14 de julho de 2009

quarta-feira, 8 de julho de 2009




I'm just a little person
One person in a sea
Of many little people
Who are not aware from me

I do my little job
And live my little life
Eat my little meals
Miss my little kid and wife

And somewhere, maybe someday,
Maybe someone far way,
I'll find a second little person,
Who will look at me and say:

I know you.
You're the one I've waited for,
Let´s have so fun

Life is precious,
Every minute.
And more precious with you in it.
So let´s have so fun.

We'll take a road trip way out west.
You're the one
I like the best.

I'm glad I found you
Like hanging round you
You're the one
I like the best

Somewhere, maybe someday,
Maybe somewhere far way
Somewhere, maybe someday,
Maybe somewhere far way
Somewhere, maybe someday,
Maybe somewhere far way
I'll meet a second little person
And we'll go out and play...