terça-feira, 4 de dezembro de 2007

sonho

F. eu e tom
Havia uma casa bem próxima a do vizinho, tinha areia e para guardar algo comecei a cavar, surgiu então uma entrada. Continuei cavando, cavando e cavando para ver o que era aquilo. De repente o Tom entrou correndo no buraco. Estava assustado e foi se esconder de alguma coisa. Eu o chamava para sair dali e ele não vinha. F. e eu do lado de fora, só viamos a cara dele e o resto era escuro ou parecia que era estreito demais para a saída dele ou ainda tinha terra ao redor, como se ele tivesse soterrado só com a cabeça de fora.
Ele me olhava, os olhos brilhavam, estavam meio aguados. O Tom tem um olhar as vezes que é de assustado e amedrontado ao mesmo tempo (aparece uma parte branca embaixo e é um olhar de baixo para cima) Ele tinha medo, e não saia dali estava imóvel preso, não conseguia sair. F. e eu o puxamos para tirar de onde ele estava e o colocamos deitado num carrinho de super mercado. Fui olhar o buraco e era o porão da casa onde morei até meus 7 ou 8 anos. (Reconheci as colunas que suportavam a casa, umas madeiras, uns objetos e até um tico-tico vermelho de ferro que tínhamos). Avistei ali entre outras coisas duas pernas do Tom, fiquei assustada, Estiquei meu braço o mais que pude (meu corpo não cabia nesse lugar) e as resgatei, fui carregando as pernas dele até o carrinho onde estava. As pernas dele tinham sido decepadas, era um corte reto, exato. Como se tivesse sido cortado com um único golpe. F. e eu falamos em levar ao hospital para fazer uma cirurgia e recolocar mas custava muito caro e não tinha como. Eu vi toda a estrutura interna das pernas estava como se congeladas. Conversamos então e falei a F.; Ele tem dois caminhos adiante, ou ele morre ou ele vai ter que dar um jeito de andar assim mesmo sem as pernas ou quem sabe ele consiga desenvolver fisicamente e recriar os ossos para que possa se locomover.
Na cena seguinte, vi um caminho, era ao redor da casa, estreito feito de cimento, uma trilha meio desmanchada, assim como cimento ruim que vai esfarelando. De repente vi o Tom lá na frente andando nessa trilha. Não sei como, mas ele andava devagar bem vagarosamente sem se rastejar. Não consegui ver nada onde ele pudesse se apoiar. Na verdade eu não conseguia ver a parte de trás dele, ficava embaçada ou estava desmanchada, eu só podia ver a parte da frente do corpo mesmo estando por trás dele. Ele foi seguindo aquele caminho e sumiu, não sei se morreu ou se conseguiu desenvolver os ossos para poder caminhar.

Depois me vi na estrada das praias, retornávamos. Era a de acesso ao litoral que pegávamos quando saía da BR. Estávamos parados num engarrafamento exatamente como era antigamente. Penso que estava dentro de uma van... não sei, era um carro alto. A porta estava aberta, saí do carro e fui para a estrada ainda estava meio próxima ao carro. No final da lateral da estrada tinha mato como se fosse um largo rio e lá do outro lado alguém escondido atrás de uma moita, Ele ou ela acenava pedindo socorro, mostrava algo como uma bandeira e abanava aquilo no ar e ao mesmo tempo gesticulava com o braço me chamando. A pessoa pedia socorro e eu não conseguia fazer aquela travessia algo me impedia de ir até lá... Depois não lembro mais. Acho que sonhei outras coisas, mas apagou.

O tom no buraco era eu. O buraco era o porão que havia na casa onde morei. O acesso ao porão era um quadrado bem pequeno igualzinho ao que o Tom estava. Eu conseguia entrar lá pela minha magreza e posso dizer pela minha coragem, ninguém mais entrava ali nem os guris da rua, primos ou vizinhos. Era difícil tinha que entrar deitada e andar abaixada ou ajoelhada a altura (sei hoje) é de 50 cm. As minhas irmãs tinham medo por ser escuro e só entrava luz pelos respiros. Dentro desse espaço, haviam muretas que eu só conseguia ultrapassá-las deitada. Cada mureta passada, ia ficando mais escuro, porque os respiros eram nas paredes externas da casa. Elas tinham medo de se machucar ou pela possibilidade de ter aranhas ou qualquer outro inseto ou bicho, e eu não tinha... era um dos meus esconderijos.

Nenhum comentário: